foi numa oficina do sesc paulista que essa zine aconteceu. já fazia alguns meses que eu estava morando no município de são paulo. uma das pessoas que estavam facilitando era a maroca sampaio. eu quero fazer um parenteses. o dia que me conectei realmente com a maroca foi quando ela me ajudou a levar uns 300 livros da minha biblioteca pessoal de uma casa para outra. isso envolvia arranjar as caixas e fazer um trajeto, embora pequeno, numa estrada de terra e enfim, carregar bastante peso. ela achou umas caixas na casa dela, fez esse trajeto umas quatro vezes comigo, no carro dela. e neste dia, além da gentileza, ficou comigo a sua visão sobre o livro: um objeto que abre as possibilidades de entender o que tem ali dentro. dificilmente nos encontramos sem falar de livro desde então. outro dia que marca maroca em mim foi essa oficina. nunca tinha pensado na zine sem algo escrito. eu entrei lá e só tinha essa frase roubada da anacê. em algum momento enquanto ela me explica a proposta e me deixa experimentar os vários objetos de impressão eu viro para ela e pergunto: posso imprimir minha cara? ela olhou para mim com tranquilidade e disse: lógico. maroca é uma pessoa criativa sem dúvida nenhuma, mas é impressionante como a criatividade dela dá amparo para outras. eu gosto muito desse dia da zine, eu gosto muito da maroca e gosto muito da zine que tem minha cara impressa e das palavras que ficaram ali, penduradas, balançando como balançam diariamente na minha cabeça. abertas para muitas possibilidades.

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